Viva a Solidariedade com a Luta dos Trabalhadores da TAP, GroundForce, GALP, Altice, Bancários e Todos os Sectores em Luta. Lutemos Por Cada Posto de Trabalho!

10-08-2021

Nós União Marxista-Leninista Portuguesa UMLP manifestamos todo o nosso apoio e solidariedade à luta dos trabalhadores dos sectores da TAP, GROUNDFORCE, GALP, ALTICE, BANCÁRIOS, vítimas da competição cada vez mais acentuada dos monopólios em todo o mundo, acelerada pela pandemia, através do aumento da exploração laboral. Empurram o fardo da crise para as costas dos trabalhadores, tudo pela ganância de aumentarem a sua margem de lucro, expropriando-nos cada vez mais dos ganhos do nosso trabalho.

Estes "processos de reestruturação", forçados pelos monopólios que subordinacompletamente, económica e politicamente, o Estado e detêm o seu poder sobre toda a sociedade, custam-nos milhares de postos de trabalho através de milhares de despedimentos e rescisões "voluntárias" forçadas. Estes atentados laborais foram minuciosa e estrategicamente planeados pelo governo - fundido com os órgãos monopolistas - e corporações patronais envolvidas, apoiados pelos partidos burgueses parlamentares, pelo Presidente da República e com o benefício da paz social oferecida de bandeja ao governo pelos seus aliados reformistas do PCP e BE. O "socialista" Ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, explica com simpatia que qualquer processo de reestruturação é "infelizmente muito agressivo, o que motiva uma reacção dos afectados", mas sublinha que esta "realidade dura de um processo que tem como objectivo salvar a TAP". Ora, com estes governos de "esquerda", que oprimem e exploram a classe trabalhadora para alimentar a economia capitalista, a burguesia nem necessita da direita. Todos permitiram que o governo sentasse à mesa as estruturas sindicais para negociar e aceitar acordos nefastos para os trabalhadores, como foi o reaccionário caso dos acordos e nacionalização da TAP onde além das centenas de rescisões e despedimentos em massa, ainda aceitaram cortes salariais de 25%, sendo uma situação de capitulação a todos os níveis e um duro golpe para a luta dos trabalhadores em todos os sectores.

Como UMLP, já em Abril avisávamos que tal nacionalização seria absolutamente reaccionária. A TAP é maioritariamente do Estado. Mesmo em propriedade do Estado, na actual situação de luta, chamar os trabalhadores da TAP e Groundforce à luta pela nacionalização sob o lema "NACIONALIZAÇÃO OU PARALISAÇÃO" é uma deturpação irresponsável e é água para o moinho dos monopólios. Basta ver que na TAP, no que toca aos despedimentos, já vão além das exigências anteriores de "reestruturação". Isto porque a nacionalização é feita à empresa quando esta está deficitária e é necessário investimento. O Estado suporta-lhe os custos, cumpre o papel reaccionário do capital e quando a empresa for emagrecida e a exploração acelerada, a ordem dos lucros vem à luz do dia e a empresa é novamente reprivatizada. Este precedente aberto será aproveitado e usado pelo governo e patronato contra trabalhadores de outros sectores e pelos reformistas para diluir a legítima luta dos trabalhadores. Esta é a noção comum no espectro das forças de esquerda pequeno-burguesas, especialmente do PCP e do BE, para "resolver" o conflito. São eles que sacrificam empregos "para resgatar/ economizar o resto".

Pois não aceitemos, a nossa luta é e será sempre por todos os postos de trabalho!

A mesma luta temos na Altice que, quando lhes venderam a MEO e outras, prometeu que não haveria despedimentos. Hoje, conta com mais de 1100 despedimentos por "demissão voluntária" e o despedimento colectivo de 250 a caminho. O despedimento coletivo e "saída voluntária" de trabalhadores é justificada pelo facto da nova tecnologia estar a causar o fim de muitos empregos. Pois nós dizemos o contrário!

A nova tecnologia dá a oportunidade de encurtar as horário laboral e distribuir o trabalho existente por mais ombros, criando assim mais postos de trabalho, com uma semana de 30 horas sem perda de salário.

Isto é rejeitado pelos capitalistas porque lhes reduz o lucro e esta é a única razão a que servem os despedimentos. O grau de exploração na Nos e na Vodafone é mais que o dobro (255%), conseguindo 700.000€ em vendas por cada trabalhador (1807 e 1397 trabalhadores respectivamente), face aos 274.000€ na Altice/Meo, com 7732 trabalhadores. Se Altice/Meo despedir as pessoas e fizer a mesma venda com menos trabalhadores, pode aumentar os seus lucros agudizando a exploração. É por isto que eles se referem aos despedimentos, causados pelo aumento da competição dos monopólios pelo lucro, como "reestruturações necessárias".

Este estado de colaboracionismo urge ser mudado pelos trabalhadores, porque a luta e o futuro dos trabalhadores e das massas oprimidas em Portugal não pode continuar refém da colaboração de classes, com as lideranças dos sindicatos amarrados a promessas de diálogo e negociações com os governos e patronato pela "paz social" ou submissos a diretivas de partidos reformistas com o seu fraseado "revolucionário" vazio.

Alguns dizem que não se pode lutar em tempos de crise. O Presidente do SITAVA (pessoal de terra da TAP) declarava que: "Não faz sentido pensar em greve como acção de luta, num momento em que a empresa tem uma acentuada falta de trabalho. "Ora, não podia estar mais errado pois os trabalhadores da Groundforce/TAP provaram recentemente o contrário. Com salários em atraso desde Fevereiro e o pagamento de férias negado, a paciência dos trabalhadores estava a esgotar-se. Houve então uma greve a 17/18 de Julho e novas greves foram anunciadas para Agosto. Estes dois dias de greve foram já suficientes para obrigar a Groundforce/TAP e o Ministro Pedro Nuno Santos a render-se: Todos os salários estão pagos, incluindo o subsidio de férias. 

Pois então lutemos mesmo em tempos de crise!

Nós Marxistas-Leninistas sempre afirmámos que os interesses dos trabalhadores e das massas oprimidas são antagónicos e inconciliáveis com os interesses do capital, por isso rejeitamos aberta e frontalmente a colaboração de classes, tal como os trabalhadores destes sectores bem sabem que só a luta e resistência lhes permite defender todos os postos de trabalho e todos os direitos conquistados. Apelamos por isso à organização para a necessária mudança de sistema e não apenas de horário/salário. Apoiamos a luta de todos os sectores por melhores condições mas sempre com vista à verdadeira libertação. Sabemos que no sistema capitalista, as reformas nunca serão suficientes, actuando apenas como pensos rápidos.

Como trabalhadores exigimos sindicatos combativos, que organizem a resistência ao aumento e agravamento da exploração e precariedade, exigimos a defesa de todos os postos de trabalho, reivindicamos a semana de trabalho de 5 dias, 30 horas e salário integral, defendemos o aumento geral dos salários.

Lutemos juntos contra a transferência do fardo da crise para as nossas costas e lutemos por sindicatos combativos - Fora com a aberração da conciliação de classes!

Lutemos por cada posto de trabalho! Não aceitaremos um único despedimento!

Por uma semana laboral de 30 horas! Compensação salarial integral às custas dos lucros dos capitalistas! Um dia de 6 horas, 5 dias por semana!

Por sindicatos combativos! Unidade e solidariedade de todos os trabalhadores!