Viva a Solidariedade com a Luta dos Trabalhadores da TAP, GroundForce, GALP, Altice, Bancários e Todos os Sectores em Luta. Lutemos Por Cada Posto de Trabalho!
Nós União Marxista-Leninista Portuguesa UMLP manifestamos todo o nosso apoio e solidariedade à luta dos trabalhadores dos sectores da TAP, GROUNDFORCE, GALP, ALTICE, BANCÁRIOS, vítimas da competição cada vez mais acentuada dos monopólios em todo o mundo, acelerada pela pandemia, através do aumento da exploração laboral. Empurram o fardo da crise para as costas dos trabalhadores, tudo pela ganância de aumentarem a sua margem de lucro, expropriando-nos cada vez mais dos ganhos do nosso trabalho.
Estes "processos de reestruturação", forçados pelos monopólios que subordinam completamente, económica e politicamente, o Estado e detêm o seu poder sobre toda a sociedade, custam-nos milhares de postos de trabalho através de milhares de despedimentos e rescisões "voluntárias" forçadas. Estes atentados laborais foram minuciosa e estrategicamente planeados pelo governo - fundido com os órgãos monopolistas - e corporações patronais envolvidas, apoiados pelos partidos burgueses parlamentares, pelo Presidente da República e com o benefício da paz social oferecida de bandeja ao governo pelos seus aliados reformistas do PCP e BE. O "socialista" Ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, explica com simpatia que qualquer processo de reestruturação é "infelizmente muito agressivo, o que motiva uma reacção dos afectados", mas sublinha que esta "realidade dura de um processo que tem como objectivo salvar a TAP". Ora, com estes governos de "esquerda", que oprimem e exploram a classe trabalhadora para alimentar a economia capitalista, a burguesia nem necessita da direita. Todos permitiram que o governo sentasse à mesa as estruturas sindicais para negociar e aceitar acordos nefastos para os trabalhadores, como foi o reaccionário caso dos acordos e nacionalização da TAP onde além das centenas de rescisões e despedimentos em massa, ainda aceitaram cortes salariais de 25%, sendo uma situação de capitulação a todos os níveis e um duro golpe para a luta dos trabalhadores em todos os sectores.
Como UMLP, já em Abril avisávamos que tal nacionalização seria absolutamente reaccionária. A TAP é maioritariamente do Estado. Mesmo em propriedade do Estado, na actual situação de luta, chamar os trabalhadores da TAP e Groundforce à luta pela nacionalização sob o lema "NACIONALIZAÇÃO OU PARALISAÇÃO" é uma deturpação irresponsável e é água para o moinho dos monopólios. Basta ver que na TAP, no que toca aos despedimentos, já vão além das exigências anteriores de "reestruturação". Isto porque a nacionalização é feita à empresa quando esta está deficitária e é necessário investimento. O Estado suporta-lhe os custos, cumpre o papel reaccionário do capital e quando a empresa for emagrecida e a exploração acelerada, a ordem dos lucros vem à luz do dia e a empresa é novamente reprivatizada. Este precedente aberto será aproveitado e usado pelo governo e patronato contra trabalhadores de outros sectores e pelos reformistas para diluir a legítima luta dos trabalhadores. Esta é a noção comum no espectro das forças de esquerda pequeno-burguesas, especialmente do PCP e do BE, para "resolver" o conflito. São eles que sacrificam empregos "para resgatar/ economizar o resto".
Pois não aceitemos, a nossa luta é e será sempre por todos os postos de trabalho!
A mesma luta temos na Altice que, quando lhes venderam a MEO e outras, prometeu que não haveria despedimentos. Hoje, conta com mais de 1100 despedimentos por "demissão voluntária" e o despedimento colectivo de 250 a caminho. O despedimento coletivo e "saída voluntária" de trabalhadores é justificada pelo facto da nova tecnologia estar a causar o fim de muitos empregos. Pois nós dizemos o contrário!
A nova tecnologia dá a oportunidade de encurtar as horário laboral e distribuir o trabalho existente por mais ombros, criando assim mais postos de trabalho, com uma semana de 30 horas sem perda de salário.
Isto é rejeitado pelos capitalistas porque lhes reduz o lucro e esta é a única razão a que servem os despedimentos. O grau de exploração na Nos e na Vodafone é mais que o dobro (255%), conseguindo 700.000€ em vendas por cada trabalhador (1807 e 1397 trabalhadores respectivamente), face aos 274.000€ na Altice/Meo, com 7732 trabalhadores. Se Altice/Meo despedir as pessoas e fizer a mesma venda com menos trabalhadores, pode aumentar os seus lucros agudizando a exploração. É por isto que eles se referem aos despedimentos, causados pelo aumento da competição dos monopólios pelo lucro, como "reestruturações necessárias".
Este estado de colaboracionismo urge ser mudado pelos trabalhadores, porque a luta e o futuro dos trabalhadores e das massas oprimidas em Portugal não pode continuar refém da colaboração de classes, com as lideranças dos sindicatos amarrados a promessas de diálogo e negociações com os governos e patronato pela "paz social" ou submissos a diretivas de partidos reformistas com o seu fraseado "revolucionário" vazio.
Alguns dizem que não se pode lutar em tempos de crise. O Presidente do SITAVA (pessoal de terra da TAP) declarava que: "Não faz sentido pensar em greve como acção de luta, num momento em que a empresa tem uma acentuada falta de trabalho. "Ora, não podia estar mais errado pois os trabalhadores da Groundforce/TAP provaram recentemente o contrário. Com salários em atraso desde Fevereiro e o pagamento de férias negado, a paciência dos trabalhadores estava a esgotar-se. Houve então uma greve a 17/18 de Julho e novas greves foram anunciadas para Agosto. Estes dois dias de greve foram já suficientes para obrigar a Groundforce/TAP e o Ministro Pedro Nuno Santos a render-se: Todos os salários estão pagos, incluindo o subsidio de férias.
Pois então lutemos mesmo em tempos de crise!
Nós Marxistas-Leninistas sempre afirmámos que os interesses dos trabalhadores e das massas oprimidas são antagónicos e inconciliáveis com os interesses do capital, por isso rejeitamos aberta e frontalmente a colaboração de classes, tal como os trabalhadores destes sectores bem sabem que só a luta e resistência lhes permite defender todos os postos de trabalho e todos os direitos conquistados. Apelamos por isso à organização para a necessária mudança de sistema e não apenas de horário/salário. Apoiamos a luta de todos os sectores por melhores condições mas sempre com vista à verdadeira libertação. Sabemos que no sistema capitalista, as reformas nunca serão suficientes, actuando apenas como pensos rápidos.
Como trabalhadores exigimos sindicatos combativos, que organizem a resistência ao aumento e agravamento da exploração e precariedade, exigimos a defesa de todos os postos de trabalho, reivindicamos a semana de trabalho de 5 dias, 30 horas e salário integral, defendemos o aumento geral dos salários.