Trabalhadoras e Trabalhadores da Função Pública - A provocação de 0,3% exige uma resposta!

31-01-2020

Avançar para a luta ofensiva para travar a perda dos direitos, o agravamento da exploração e o trabalho precário!

Nós, AmigosICOR, saudamos e apoiamos as reivindicações dos sectores laborais que convocaram jornada de 31 de Janeiro e todos os sectores que lutam pelos seus direitos e pelo aumento salarial de 90 Euros. É necessário mobilizar todas as forças sindicais para criar a unidade das nossas fileiras.

Por isso, renovamos o apelo aos trabalhadores e ao povo português para rejeitarem as ilusões reformistas da paz social da conciliação promovida pelos partidos parlamentares que dão apoio ao governo PS/Costa para salvar a sua governação. A mesma estratégia já foi usada na Grécia pelos reformistas do partido Syriza e agora pelos reformistas do partido Podemos, que participa no governo em Espanha.

Trata-se do novo modelo alternativo ao serviço do capital e da burguesia europeia para salvar o sistema capitalista do abismo, provocado pela crise económica de 2008 -2014, com as medidas económicas impostas pela Troika a Portugal, Espanha e Grécia. Entretanto, desenvolveu-se uma nova crise mundial económica e financeira desde o final de 2018 e, uma vez mais, veem os governos a mando dos monopólios, atirar com os custos da crise para cima das costas dos trabalhadores.

Os referidos partidos, mergulharam no descrédito e impopularidade e pagaram com um revés eleitoral nas legislativas de 2015, quando os trabalhadores e o povo enchiam as ruas em protesto contra a Troika e os partidos no poder.

Foi neste cenário que o Sr. António Costa pediu apoio e ajuda aos partidos PCP e BE para poder formar governo e salvar o regime, dando-lhes a missão de impedir e bloquear a agitação laboral e social, em enquadrar os protestos dos trabalhadores nas manobras folclóricas do parlamentarismo.

Os interesses dos trabalhadores são inconciliáveis com os interesses do capital.

A nossa organização repudia o caminho da conciliação de classes, como diz Lenine: as instituições que suportam estado do capital têm que ser derrubadas na revolução proletária para os trabalhadores se libertarem da exploração e opressão.

A conciliação, traduziu-se num plano perfeito para o capital monopolista e o patronato português, apoiados pelo governo, se reorganizarem da crise à custa da destruição dos direitos e do agravamento da exploração do trabalho e da precariedade. Vimos como nos tornámospaís do salário mínimo e sem direitos.

Quem luta pode perderQuem não luta já perdeu!

O exemplo são os milhares de jovens do primeiro emprego e precários com uma vida de quase escravatura nos sectores call-center, turismo e distribuição dos hipermercados, onde não faltam casos de assédio, coação, impedimento da atividade sindical, perseguição e despedimento de ativistas sindicais. A juntar à situação miserável que a operária corticeira, Cristina Tavares, tem vivido às mãos da empresa de Fernando Couto. Ela lutou e venceu.

A recente denúncia dos atropelos na empresa de calçado Kyaia, vem provar que caminhamos para relações laborais do feudalismo, apoiadas e promovidas pelos governos e pela total falta de acção e intervenção do Tribunal do Trabalho.

Pelo Direito à família! Não à laboração contínua!

Impuseram-nos a patifaria da lei do banco de horas para não pagarem trabalho extraordinário, obter lucros brutais e dispor do trabalhador 24 horas/dia. Em 2018 impuseram a laboração contínua na Autoeuropa. Destruíram a folga semanal ao fim de semana, viraram do avesso a vida familiar e social dos trabalhadores.

Enquanto vários coordenadores, da Comissão de Trabalhadores, negociaram com a multinacional Volkswagen a laboração contínua e renderam-se à chantagem, como o sindicato SITE-SUL que paralisou e abandonou os trabalhadores ao suspender a greve ou o sindicalista Arménio Carlos que apelou à paz social! Enquanto os media promoviam, diariamente, intervenções fascistas e de extrema-direita, proclamando que "vivíamos em crise!" e "Que o salário mínimo era melhor que nada!", "E quem lutava era quem não queria trabalhar!".

Prendas para os patrões - provocações para nós...

Terrorismo anti laboral, ao serviço dos planos do governo, que distribuía prendas na concertação social dos patrões: Perdões das dívidas fiscais, das dívidas à Segurança Social, redução da taxa TSU de 40 milhões ao ano que agora saem do nosso bolso, alterações cirúrgicas nas leis laborais, com ataques à contratação coletiva, redução e quase esvaziamento das indemnizações a pagar ao trabalhador, alargamento do tempo do contracto em período experimental, e neste momento, o governo PS/Costa oferece um aumento de 0,3% aos trabalhadores da Função Pública como argumento que não há dinheiro!

Atirou para lixo promessa eleitoral do descongelamento dos salários das carreiras, bem como promessa de baixar número de precários, que de facto, ainda aumentaram.

E quando surgiu a revolta laboral, mostraram a verdadeira face lançando sobre estivadores, enfermeiros e motoristas de matérias perigosas a mais violenta repressão de que há memória em democracia, com recurso à Requisição Civil, às Forças de Repressão e até à mobilização das Forças Armadas para a greve dos motoristas!

Lutar como em França!

É o  dever dos sindicatos criar as condições de unidade mobilização ao apoio dos  nossos irmãos de classe, contra um governo que agora vem com a aberração de aumentos salariais de 6 cêntimos, mostrando que não há outro caminho que não seja a luta ofensiva como fazem as massas em França. O presidente Macron disse, não vou ceder nem um passo - mas entretanto já foi forçado de revogar uma parte da lei planeada. São os trabalhadores que não cedem! A luta continua!

  • Viva unidade e solidariedade de todos os sectores laborais!
  • Aumento salarial de 90Euros!
  • Pela mobilização geral contra as políticas do Governo do Capital!
  • Viva Solidariedade Internacional!
  • Apoia construção do Partido Marxista-Leninista!