Aos Trabalhadores em Portugal - É preciso romper com o reformismo e dar um rumo de vitória à luta dos trabalhadores e do povo contra o governo PS/Costa.

01-10-2018

Como Amigos da ICOR, saudamos e apoiamos as várias lutas em curso nos diversos sectores de actividade, e perante a intransigência do governo que já demonstrou que não vai ceder às reivindicações, consideramos da máxima importância alargar a luta a outros sectores e fortalecer a unidade e solidariedade com todos os sectores em luta.

Este governo e esta política estão em confronto com os interesses dos trabalhadores e do povo.

A postura de intransigência do governo com os sectores laborais e a situação de esvaziamento e ruptura dos serviços públicos, com a situação de caos que se vive no sector da saúde e outros sectores como o ferroviário, efeito da obediência e submissão às orientações e aos programas do FMI, põem a nu e torna bem claro que este governo e esta política estão em confronto com os interesses dos trabalhadores e do povo, e devem ser combatidos e derrotados, a começar por desmontar e desmascarar toda a estratégia da propaganda de ilusões e fantasia reformista que dão suporte a este governo.

Este governo não vai cumprir as promessas que fez:

descongelar os aumentos salariais e carreiras profissionais que estão congeladas há 10 anos; o reembolso do roubo das políticas da Troika; a aplicação das 35 horas semanais no público e privado.

Não pode haver cedências com este governo que aumentou a precariedade quando prometeu reduzi-la; diz não ter dinheiro para satisfazer as reivindicações dos trabalhadores, mas baixou a TSU aos patrões; pagou 10.000 milhões em resgates do sistema bancário; fez e faz perdões fiscais de muitos milhões a tudo que são grupos económicos como a EDP.

"Paz social" ou luta de classe?

Nós, marxistas-leninistas, recordamos um princípio do movimento operário internacional que diz "os interesses dos trabalhadores são inconciliáveis com os interesses do capital", para deixar claro que o apoio do PCP e do Bloco de Esquerda ao governo PS/Costa está em total contradição com os interesses dos trabalhadores, aliás, nestes três anos são vários os exemplos de que esta conjuntura de paz social se tornou um campo minado e armadilhado para a luta dos trabalhadores.

Recentemente, em Julho, a FENPROF e a FNE suspenderam a greve só porque lhes prometeram uma reunião! Todos nós lembramos de que há um ano a luta dos Enfermeiros era quase uma excepção!

Na Autoeuropa foi a própria comissão de trabalhadores que legalizou as leis do FMI, da precariedade e da escravização do trabalho, acordando com a multinacional Volkswagen a introdução da laboração contínua; impuseram o trabalho obrigatório ao fim de semana (pago como tempo normal); extinguiram o trabalho extraordinário, a carga horária vai até 12 horas; os dois domingos de trabalho no mês só são compensados com um dia, e só têm 15 domingos de folga por ano. Estas alterações viraram do avesso a vida familiar e social dos trabalhadores, e Jamais esqueceremos que o acordo na Autoeuropa foi rejeitado pelos trabalhadores duas vezes em referendo e que o sindicato SITE Sul abandonou os trabalhadores ao suspender a greve de Fevereiro!

Não permitir paragens nem recuos na luta em nenhum sector

Nós, marxistas-leninistas, apelamos à solidariedade com os trabalhadores da Autoeuropa e encorajamos a que sigam o exemplo dos Mineiros de Neves Corvo, que mantêm a luta pelo fim da laboração contínua; outro exemplo a seguir é o dos Estivadores que não vergam à intimidação, à chantagem nem aos cortes salariais, como denunciou o sindicato SEAL; ainda outro exemplo é o dos Professores com os associados do sindicato STOP a não desarmarem, apesar de sofrerem ameaças que vão ser prejudicados nas colocações.

Estas manobras de cerco e intimidação mostram o desespero do governo e do capital perante o crescendo da consciência combativa e unidade dos trabalhadores que têm pela frente um caminho de vitória, bastando não permitir paragens nem recuos na luta em nenhum sector até que sejam garantidas e concretizadas as suas reivindicações.

A defesa do meio ambiente é da responsabilidade dos trabalhadores

Em 1983, com o governo do Bloco Central, teve início a desarticulação da organização de proteção da floresta com a extinção das respectivas administrações e a retirada dos guardas florestais do interior das florestas. Depois, no início da década de 1990, o cavaquismo, que afirmava que o eucalipto era o nosso petróleo verde, fez o resto: acabou com as restrições à plantação dos eucaliptos, transformando o território numa coutada dos monopólios da celulose. E, se ainda há dúvidas quanto a quem é que manda, basta ver que Vouzela tem 50% de eucaliptal quando antes dos incêndios só tinha 20%.

Esta é a ordem económica do capital: lucro a qualquer preço! Transformaram o país num caos ambiental, de tragédias, dor e sofrimento para o povo.

É neste quadro de catástrofes constantes, que assolam o planeta e põem em risco o futuro da classe operária e de toda a humanidade, que as organizações revolucionárias que integram a ICOR afirmam que a defesa do planeta e toda a luta ambiental é hoje a bandeira da luta de toda a classe operária mundial a par da luta sem tréguas pelo fim do capitalismo, pelo fim da exploração do homem pelo homem.

Pela folga ao fim de semana como um direito universal!
Por sindicatos combativos! Contra a colaboração de classes!
Solidariedade com os trabalhadores da empresa Shenzhen Jiashi Technology Co/China, que lutam contra a repressão e por direitos sindicais!
Junta-te a nós na construção do Partido Marxista-Leninista!