Aos Trabalhadores em Portugal - É preciso romper com o reformismo e dar um rumo de vitória à luta dos trabalhadores e do povo contra o governo PS/Costa.

Como Amigos da ICOR, saudamos e apoiamos as várias lutas em curso nos diversos sectores de actividade, e perante a intransigência do governo que já demonstrou que não vai ceder às reivindicações, consideramos da máxima importância alargar a luta a outros sectores e fortalecer a unidade e solidariedade com todos os sectores em luta.
Este governo e esta política estão em confronto com os interesses dos trabalhadores e do povo.
A postura de intransigência do governo com os sectores laborais e a situação de esvaziamento e ruptura dos serviços públicos, com a situação de caos que se vive no sector da saúde e outros sectores como o ferroviário, efeito da obediência e submissão às orientações e aos programas do FMI, põem a nu e torna bem claro que este governo e esta política estão em confronto com os interesses dos trabalhadores e do povo, e devem ser combatidos e derrotados, a começar por desmontar e desmascarar toda a estratégia da propaganda de ilusões e fantasia reformista que dão suporte a este governo.
Este governo não vai cumprir as promessas que fez:
descongelar os aumentos salariais e carreiras profissionais que estão congeladas há 10 anos; o reembolso do roubo das políticas da Troika; a aplicação das 35 horas semanais no público e privado.
Não pode haver cedências com este governo que aumentou a precariedade quando prometeu reduzi-la; diz não ter dinheiro para satisfazer as reivindicações dos trabalhadores, mas baixou a TSU aos patrões; pagou 10.000 milhões em resgates do sistema bancário; fez e faz perdões fiscais de muitos milhões a tudo que são grupos económicos como a EDP.
"Paz social" ou luta de classe?
Nós, marxistas-leninistas, recordamos um princípio do movimento operário internacional que diz "os interesses dos trabalhadores são inconciliáveis com os interesses do capital", para deixar claro que o apoio do PCP e do Bloco de Esquerda ao governo PS/Costa está em total contradição com os interesses dos trabalhadores, aliás, nestes três anos são vários os exemplos de que esta conjuntura de paz social se tornou um campo minado e armadilhado para a luta dos trabalhadores.
Recentemente, em Julho, a FENPROF e a FNE suspenderam a greve só porque lhes prometeram uma reunião! Todos nós lembramos de que há um ano a luta dos Enfermeiros era quase uma excepção!
Na Autoeuropa foi a própria comissão de trabalhadores que legalizou as leis do FMI, da precariedade e da escravização do trabalho, acordando com a multinacional Volkswagen a introdução da laboração contínua; impuseram o trabalho obrigatório ao fim de semana (pago como tempo normal); extinguiram o trabalho extraordinário, a carga horária vai até 12 horas; os dois domingos de trabalho no mês só são compensados com um dia, e só têm 15 domingos de folga por ano. Estas alterações viraram do avesso a vida familiar e social dos trabalhadores, e Jamais esqueceremos que o acordo na Autoeuropa foi rejeitado pelos trabalhadores duas vezes em referendo e que o sindicato SITE Sul abandonou os trabalhadores ao suspender a greve de Fevereiro!
Não permitir paragens nem recuos na luta em nenhum sector
Nós, marxistas-leninistas, apelamos à solidariedade com os trabalhadores da Autoeuropa e encorajamos a que sigam o exemplo dos Mineiros de Neves Corvo, que mantêm a luta pelo fim da laboração contínua; outro exemplo a seguir é o dos Estivadores que não vergam à intimidação, à chantagem nem aos cortes salariais, como denunciou o sindicato SEAL; ainda outro exemplo é o dos Professores com os associados do sindicato STOP a não desarmarem, apesar de sofrerem ameaças que vão ser prejudicados nas colocações.
Estas manobras de cerco e intimidação mostram o desespero do governo e do capital perante o crescendo da consciência combativa e unidade dos trabalhadores que têm pela frente um caminho de vitória, bastando não permitir paragens nem recuos na luta em nenhum sector até que sejam garantidas e concretizadas as suas reivindicações.
A defesa do meio ambiente é da responsabilidade dos trabalhadores
Em 1983, com o governo do Bloco Central, teve início a desarticulação da organização de proteção da floresta com a extinção das respectivas administrações e a retirada dos guardas florestais do interior das florestas. Depois, no início da década de 1990, o cavaquismo, que afirmava que o eucalipto era o nosso petróleo verde, fez o resto: acabou com as restrições à plantação dos eucaliptos, transformando o território numa coutada dos monopólios da celulose. E, se ainda há dúvidas quanto a quem é que manda, basta ver que Vouzela tem 50% de eucaliptal quando antes dos incêndios só tinha 20%.
Esta é a ordem económica do capital: lucro a qualquer preço! Transformaram o país num caos ambiental, de tragédias, dor e sofrimento para o povo.
É neste quadro de catástrofes constantes, que assolam o planeta e põem em risco o futuro da classe operária e de toda a humanidade, que as organizações revolucionárias que integram a ICOR afirmam que a defesa do planeta e toda a luta ambiental é hoje a bandeira da luta de toda a classe operária mundial a par da luta sem tréguas pelo fim do capitalismo, pelo fim da exploração do homem pelo homem.