Queremos Mais! Para além da defesa das conquistas de Abril, está na altura da ofensiva pela conquista da liberdade e democracia proletária!
Como UMLP, celebramos de forma crítica as liberdades que o 25 de Abril nos trouxe, acabando com o regime fascista de Salazar/Caetano, que com o forte apoio da Igreja Católica agrilhoava Portugal por mais de 40 anos num miserável atraso semi-feudal.
O contexto deste levantamento militar surge graças às vitoriosas lutas de libertação nas colónias, o que faz com que o MFA reconhecesse que o aparelho militar estava desintegrado e o país falido. Levando a vantagem sobre o descontentamento dos soldados e de todo o faminto povo português, que ia aumentando a sua "perigosa" resistência e agitação revolucionária, o MFA derruba o regime de Caetano num golpe sem sangue e tomou o poder como "Junta de Salvação Nacional". Caetano entrega o poder aos militares, ao reaccionário Spínola, para que este não caísse nas ruas.
Assim nasce a construção fictícia de uma Revolução pacífica, a "Revolução dos Cravos".
Esta imagem é ainda hoje cuidadosamente mantida tanto pela burguesia como pelos revisionistas, que juntos celebram algumas das liberdades democráticas concedidas. Mas, se toda a liberdade política é, sob as relações de produção capitalistas, liberdade burguesa, esta não exprime os interesses do proletariado, mas dos burgueses, a liberdade para nos explorarem.
A nossa classe entende que a liberdade política nos é absolutamente necessária, apesar de ela reforçar e organizar a burguesia. Daí que não podemos lutar pela nossa libertação afastando-nos da luta de classe. Antes pelo contrário! Só organizados na luta de classe construímos o nosso futuro.
Enquanto existirem classes, a "Democracia" e o Estado hão de pertencer a uma delas.
A hipocrisia da democracia burguesa diz-nos que "todos somos iguais perante a lei" mas vemos todos os dias como os seus parlamentos estão submissos às empresas e aos banqueiros que alegam "não se lembrar" quando nos pioram a vida, subjugando-nos como escravos assalariados.
Mais, quando nós trabalhadores saímos às ruas e fazemos greves "violamos a ordem" e os Estados como o português têm logo ferramentas de "requisição civil" ou a possibilidade de lançar a polícia a distribuir-nos bastonadas, como fez aos da STCP em 2021. Ora, a burguesia para se manter no poder, conhece apenas duas formas de o fazer: a democracia burguesa e a ditadura fascista.
Se na aplicação da democracia burguesa governam sobretudo através da mentira e das concessões, mas também através do terror, sob a ditadura fascista governam sobretudo através do terror, mas também através da mentira e de concessões fictícias.
Contudo, ambos os métodos são sempre utilizados e um carrega o outro no ventre, sempre.
Quando a burguesia muda a forma de Estado, apenas o principal método de governação é que é alterado - em caso algum se alteram as relações de poder e isso foi o que aconteceu a 25 de Abril.
Fascismo - Nunca mais! Proibir todas as organizações fascistas!
Por todo o mundo, o desenvolvimento à direita dos governos e partidos burgueses, bem como a fascização dos aparelhos de Estado, que já começou há muito tempo, inclusive em Portugal. Basta ver como o Partido Fascista CHEGA se torna na 3ª força burguesa mais forte no Parlamento. É, pois, necessário prestar atenção a isto e reconhecer a necessidade de uma acção comum de todas as forças democráticas contra o perigo fascista.
A UMLP representa a necessidade de uma Frente Única contra o fascismo e o imperialismo.
Por isso, para além da defesa dos direitos burgueses, QUEREMOS MAIS, urge querer a democracia e liberdades proletárias que nos tirarão deste estado de escravatura. Queremos democracia para os oprimidos e explorados e para isso temos de por fim à liberdade capitalista de exploração! Queremos o que Marx e Engels chamaram de ditadura do proletariado!
Queremos a Revolução Proletária! Queremos o Socialismo Verdadeiro!