LIBERDADE PARA MÜSLÜM ELMA!
Declaração da UPOTUDAK (Comité Internacional de Solidariedade com os Prisioneiros Políticos) e ATIK (Confederação dos Trabalhadores da Turquia na Europa):
Müslüm Elma está detido na Alemanha há já 5 anos. Embora 9 dos seus amigos, que foram presos em conjunto, terem sido libertados enquanto aguardavam julgamento, Müslüm Elma continua detido na prisão de Munique. Apesar de pertencer ao grupo de alto risco quanto à pandemia do Corona que afecta o mundo inteiro, onde milhares de pessoas morrem todos os dias, que é tão contagioso, o facto de Müslüm Elma ser mantido na prisão é a abordagem das leis da animosidade da comissão dos tribunais.
Há cinco anos atrás que Müslüm Elma e outros nove amigos foram detidos durante uma operação levada a cabo em cooperação entre a Turquia e a Alemanha a 15 de Abril de 2015 na Alemanha, Grécia, Suíça e França. A 17 de Junho de 2016, começou o processo penal contra os dez Revolucionários no Tribunal Regional Superior de Munique. Com base nos parágrafos § 129 a e b do Código Penal alemão, são acusados de adesão ou liderança no Partido Comunista da Turquia Marxista/Leninista estão a ser julgados devido aos seus pontos de vista políticos.
Quem é Müslüm Elma?
Müslüm Elma nasceu em 1960 em Dersim, filho de uma família Curda e Alevi. Já durante os seus anos de escola no liceu, era politicamente activo. Devido a estas actividades, teve de se retirar mais tarde da universidade. A sua vida reflecte a política repressiva e cruel do Estado turco para com os Comunistas e Curdos.
Pouco depois do golpe militar de 12 de Setembro de 1980, Müslüm Elma foi preso pelas suas actividades políticas em Diyarbakır. Após a sua detenção, foi sujeito a desumanas torturas nos centros de interrogatório de Antep, Elazig, Urfa e Diyarbakir durante mais de seis meses sendo depois transferida para a célebre Prisão n.º 5 de Diyarbakir.
A tortura continuou durante a sua detenção na masmorra de Diyarbakir. Para protestar contra elas, participou nos anos de 1983 e 1984, durante um longo período de tempo, em acções de jejum de morte. Como resultado do jejum de morte e das torturas sofridas, ele ainda sofre de problemas de saúde significativos.
Müslüm Elma foi libertado do calabouço de Diyarbakir em 1992, mas voltou a ser detido, torturado e encarcerado um ano mais tarde, em Novembro de 1993. Após uma longa pena de prisão, foi libertado em 2002 na sequência da acção de jejum de morte que começou em 2000.
Devido às torturas que sofreu durante os muitos anos da sua detenção na Turquia, os problemas de saúde daí resultantes e o perigo de morte existente, Müslüm Elma foi obrigado a abandonar a Turquia. Em 2009, o seu pedido de asilo na Alemanha foi concedido.
Müslüm Elma passou muitos anos na prisão, na Turquia, devido às suas opiniões políticas. Hoje está preso na Alemanha, também por causa das suas opiniões políticas. A base das acusações contra ele são informações que foram transmitidas pelas autoridades de segurança turcas às autoridades de segurança alemãs. Tendo em conta que os agentes da polícia que forneceram e assinaram estas informações estão detidos por falsificação de documentos na Turquia e o facto de Müslüm Elma estar a ser processado com base nestes documentos, constitui uma violação de direitos e liberdades.
O facto de Müslüm Elma estar detido unicamente devido a esta identidade política foi confirmado várias vezes durante este longo processo.