O Veredicto do julgamento do TKP/ML em Munique aproxima-se e o tribunal quer pronunciar um veredicto horrendo e escandaloso!
Exigimos: absolvição para todos os arguidos e liberdade para Müslüm Elma
No julgamento de quatro anos com a acusação fabricada de "terrorismo" contra dez revolucionários da Turquia perante o Tribunal Regional Superior de Munique, a Procuradoria do Estado apelou a punições draconianas.
Os arguidos não são sequer acusados de crimes concretos, mas apenas de serem membros ou "lideres" do TKP/ML, o que não é proibido na Alemanha. Portanto, trata-se da sua atitude revolucionária e organizacional! Com a exigência de penas de prisão de três anos e seis meses, até seis anos e nove meses, o Ministério Público Federal quer ver esta punição. Depois de nove dos dez acusados já terem sido libertados da prisão, devem ser reenviados de volta à prisão.
Devido à acusação fabricada do chamado "líder" numa tal associação, o principal acusado, Müslüm Elma, é o único ainda detido após cinco anos e quase três meses.
Nas alegações e nas palavras finais dos arguidos, a abordagem do sistema de justiça burguês foi exposta como uma manobra anticomunista que é conduzida para ajudar o regime fascista de Erdoğan na sua luta contra as forças revolucionárias e o movimento de libertação Curdo, mas também para criminalizar a ideologia comunista da liberdade.
Müslüm Elma, disse nas suas palavras finais perante o tribunal em 29.06.20
"Nós vimos da tradição da resistência. A acusação de 'terrorismo' é uma das maiores mentiras dos séculos XX e XXI, onde os ladrões imperialistas e os seus colaboradores se juntaram para encobrir os crimes que cometeram contra os povos oprimidos do mundo e para difamar a sua luta legítima. Mas todas estas mentiras não conseguem impedir a derrocada dos imperialistas. Nós somos revolucionários internacionalistas. Vocês não nos podem julgar...."
Estas afirmações claras de Müslüm aquando as suas palavras finais são mais uma prova da elevada moral de luta e da vontade inquebrável de todos os acusados em rejeitar a acusação caluniosa e fabricada de terrorismo e em mostrar a colaboração do imperialismo alemão com o terrorismo de Estado do Estado turco.
Mas porque esta perseguição raivosa do Estado contra os oposicionistas turcos? Por um lado, é um favor do governo alemão em cumplicidade com o regime de Erdoğan. No entanto, o tribunal de Munique não está interessado no facto de uma parte significativa das "provas" ter sido fornecida pelos serviços secretos turcos através de espionagem ilegal. Também não se importa que Erdogan tenha estabelecido um regime fascista, invadido Afrîn em violação do direito internacional, ocupado partes de Rojava e tenha acabado de bombardear colonatos Curdos e Yazidis no norte do Iraque.
O processo - Um instrumento para expandir o desenvolvimento à direita na Alemanha
É explicitamente um processo piloto anticomunista que, a partir da proibição do KPD em 1956, pretende contribuir para a criminalização da actividade revolucionária. Com o modelo de julgamento, são criadas outras possibilidades para acusar, prender e - se não tiverem cidadania alemã - deportar sindicalistas, grevistas, antifascistas, ambientalistas, de esquerda e revolucionários. Como dissemos, não são as acções concretas que estão a ser aqui julgadas, mas sim a atitude dos acusados.
Este julgamento está ligado à expansão das leis de emergência aprovadas em 1968: para expandir a repressão estatal, por exemplo através da nova lei de tarefas policiais e actualmente, o aproveitamento da pandemia do Corona para reduzir os direitos políticos democráticos e expandir os poderes da polícia.
O que as classes dirigentes temem é a nossa união.
A crise económica e financeira global que eclodiu em 2018 - agravada pela crise do Corona - irá exacerbar ainda mais as contradições sociais. Conduzirão a mais lutas de massas e crises políticas. A adequação do sistema capitalista há muito que tem os dias contados. O número de pessoas que têm contas a ajustar com este sistema, que lutam contra a exploração e a opressão, cresce.
Neste contexto, a unificação de todas as forças progressistas está na ordem do dia. Só através de uma cooperação activa, com a perspectiva de uma frente única antifascista e anti-imperialista, se conseguirá o que Müslüm Elma adequadamente disse: "Este julgamento não será decidido na sala de audiências, mas nas ruas".
Não aceitaremos a condenação!
-Absolvição para todos os acusados
-Liberdade para Müslüm Elma
-Abolição do parágrafo §129a + b e fim do "poder de acusação"
-Pelo fim da cooperação com o regime de Erdogan por parte do Governo Federal da Alemanha
-Viva a solidariedade internacional
Signatários:
ATİK (Confederação dos Trabalhadores da Turquia na Europa), Rote Hilfe, UPOTUDAK (Comité Internacional de Solidariedade com os Presos Políticos), Internationalistisches Bündnis, ADGB (Plataforma das Forças Democráticas na Europa), MLPD (Partido Marxista-Leninista da Alemanha), Frauen Verband Courage, Yeni Kadın, Antikapitalistische Linke, Roter Jugendaufbau, Arbeiterbund, Revolutionäre Front, Wladza Rad Polonya, Revolutionaire Eenheid Holland, AFA Fryslan Hollanda, Secourse Rouge (Bélgica, França, Alemanha, Suíça, Itália), CCFR (Combatentes Francófonos em Rojova), NDF (Frente Nacional Democrática das Filipinas), MAKIBAKA (Movimento da Mulher Nova Livre), Samidoun Palestinian Prisoner Solidarity Network, Communist Party of Great Britain (Marxist-Leninist), London Anti-Fascists, Anti Imperialist Action Ireland, CARC (Partido dos Comités em apoio à Resistência - pelo Comunismo Itália), Komintern (Iniciativa Sindical Comunista - Internacional), AZADÎ e.V., ADDKİ (Iniciativa Europeia das Comunas Democráticas Revolucionárias), ADHK (Confederação dos Direitos Democráticos da Europa), KCDK-E (Congresso da Sociedade Democrática do Curdistão - Europa), KKP (Partido Comunista do Curdistão), SYKP Europa (Reconstrução do Partido socialista), YSP (Partido Verde de Esquerda), AvEG-KON (Confederação das pessoas oprimidas - Europa), FİDEF (Federação das Associações de Trabalhadores da República Federal da Alemanha), UPML (União Proletária Marxista-Leninista - França), UMLP (União Marxista-Leninista Portuguesa)