Dois anos de UMLP – A desbravar caminho na luta pela construção do Partido Marxista-Leninista Português!

06-07-2022

Nesta passagem pelo 2º aniversário da fundação da UMLP, União Marxista-Leninista Portuguesa, remetemo-nos novamente a relatar o fundamental no cumprimento das nossas tarefas e objetivos para atingirmos o nobre propósito que é a construção do partido Marxista-Leninista, o partido da nossa Classe. Novamente, a nossa pequena organização Marxista-Leninista demonstrou que, apesar de todas as vicissitudes e anticomunismos que por aí andam, os revolucionários não arredam pé e caminham para a frente.

Com grande tristeza referimos o desaparecimento físico do Querido Camarada Flávio, de quem sempre tomaremos o grande exemplo revolucionário de entrega à causa de libertação do povo trabalhador e de todos os oprimidos, pelo futuro da humanidade, pelo comunismo. Levamos avante as tarefas pelas quais dedicou a sua vida e este será o maior tributo que lhe prestamos.

Saudações Vermelhas Camarada Flávio!

Com as mesmas dificuldades do ano anterior, continuamos a conseguir levar a nossa linha política às grandes manifestações de massas e laborais. Distribuímos comunicados e participámos em manifestações em Couto de Dornelas, Covas do Barroso, Boticas, Montalegre onde afirmávamos que não se podiam deixar enganar pelas eleições autárquicas pois não seriam os autarcas, deputados ou "falsos profetas" a travar esta luta consequente, mas sim as populações numa frente de unidade combativa. Juntámo-nos em solidariedade para com a luta dos trabalhadores da TAP, GROUDFORCE, GALP, ALTICE e todos os sectores em luta pela defesa de todos os postos de trabalho afirmando que não se podem sacrificar uns postos de trabalho para se salvar outros, que podemos e devemos lutar mesmo em tempos de crise e defendemos também pela semana laboral de 30 horas sem perdas salariais. Esta é uma exigência ofensiva e adequada para liderar, com sucesso, a luta pela preservação dos postos de trabalho e pela criação de novos. A nossa responsabilidade para com os jovens exige-nos isto.

Marcámos presença na manifestação dos trabalhadores da STCP e solidarizámo-nos com eles contra a repressão violenta e tentativa de silenciamento da luta organizada que reivindicavam aumentos salariais, contra o aumento provocatório de 50 cêntimos diários proposto pela Administração e pelo governo do capital. Em Novembro de 2021, marcámos presença na Manifestação Nacional da CGTP, em Lisboa, onde distribuímos o nosso comunicado "Trabalhadores: Avancemos para a luta combativa e ofensiva - travemos o agravamento da exploração!" onde fomos novamente atacados de forma violenta por reaccionários anticomunistas que nos tentavam impedir a distribuição, sem sucesso como é certo. Marcámos presença na 1ª reunião da Organização "Solidários" onde contribuímos posteriormente com uma crítica positiva ao seu Manifesto.

No dia 25 de Fevereiro, dia X da guerra, levámos por Portugal o nosso comunicado de "Resistência activa contra qualquer agressão e guerra imperialista, seja da Rússia ou dos EUA/NATO! Rússia e NATO - Mãos fora da Ucrânia! Lutemos pela paz, amizade entre os povos, pelo socialismo verdadeiro!", levando a linha correcta de análise desta guerra, denunciando que "aqueles que levam a paz a sério não podem agora tomar lados, quer seja o da reacionária Ucrânia, o da UE imperialista, o da NATO e dos Estados Unidos ou da Rússia imperialista de Putin, como o faz o PCP.". A 8 de Março divulgámos o apelo da ICOR para a 3ª Conferência Mundial das Mulheres de Base que ocorrerá este ano na Tunísia sob o mote "Lutemos além-fronteiras juntos, homens e mulheres, pela libertação das mulheres, pela liberdade, democracia e socialismo!"

No 25 de Abril, voltámos às ruas do Porto para distribuir o comunicado "Fascismo nunca mais! Derrubemos o sistema capitalista! Pela Construção de um Partido Revolucionário em Portugal! Pelo Socialismo verdadeiro!" onde expusemos que o 25 de Abril de 1974 mostrou não existir tal coisa como um Estado neutro de classe, que o Estado burguês não pode simplesmente ser reformado ou dominado pelo povo e que enquanto houver capitalismo haverá o perigo de fascismo pois o parlamentarismo burguês carrega-o no ventre. Neste 1º Maio marcámos presença no Porto com a distribuição do nosso comunicado "Não à guerra imperialista! Resistência activa contra o perigo de uma Terceira Guerra Mundial nuclear! Lutemos contra a transferência dos custos da guerra e da crise para as massas!".

A nível internacional, celebrámos com a ICOR o 1ºSetembro, Dia Anti-Guerra da ICOR, solidarizámo-nos com as massas do Cazaquistão, reforçámos o apoio à autodeterminação do Povo Saharaui e com a ICOR hasteámos a Bandeira de Lenine - Pelo Direito à Autodeterminação das Nações! Prestámos também solidariedade para com os trabalhadores portuários da COSCO, na Grécia, que ousaram e venceram contra o terrorismo patronal e a morte de Dimitris Daggli, sacrificado no altar da ganância do lucro. Lutámos pelo direito ao aliso e solidariedade com os refugiados barrados na zona fronteiriça entre a Polónia e a Bielorrússia pela UE.

Continuámos com acções de solidariedade para com o músico e Camarada Pablo Hasel, preso à mais de um ano pelos ideais da religião estatal espanhola que é o anticomunismo. Prestámos solidariedade para com o Camarada Stefan Engel do MLPD, que é perseguido na Alemanha pela mesma religião estatal que a espanhola. Como Bertold Brecht dizia sobre o Comunismo "Os exploradores dizem-no um crime, mas nós sabemos que ele é o fim dos crimes".

Marcámos presença em Cambedo, aldeia Transmontana, a iniciativa "75 ANOS DEPOIS, RESISTÊNCIA E HOMENAGEM" do Museu do Aljube, onde distribuímos um comunicado de tributo ao Povo Galego e à população de Cambedo que há 75 anos, através da sua resistência heroica e solidariedade inabalável para com quem fugia e combatia o terror franquista acolheu refugiados e guerrilheiros antifascistas galegos, tendo por isso sido cercada pela PIDE, GNR, o Exército e a Guarda Civil espanhola e bombardeada.

A nível teórico continuámos na senda do trabalho já iniciado o ano passado. Através do nosso documento teórico Flash M.L. denunciámos as vertentes do anticomunismo em Portugal, agora tão mais visíveis e afirmámos a posição dos Marxistas-Leninistas no que toca à Guerra e à Paz, nomeadamente no que toca a este conflito inter-imperialista da Ucrânia-Rússia.

Apesar de todas as dificuldades que qualquer pequena organização tem, especialmente de quem se afirma Marxista-Leninista, foi um ano novamente absolutamente positivo pois a visibilidade da UMLP junto das massas e dos trabalhadores é notória e por eles reconhecida. A luta prende-se pelo engrossar das fileiras, pelo aumento da coesão ideológico-política entre os quadros, o aumento de contactos e de pessoas que consultam e subscrevem os nossos comunicados e a nossa linha e pela defesa intransigente da linha Marxista-Leninista.

Um importante passo em frente para a futura construção da nossa organização foi a elaboração do estatuto da UMLP e a sua adopção, em Fevereiro de 2022. Este documenta o carácter proletário da UMLP não apenas a nível externo pois representa também a orientação Marxista-Leninista para os nossos próprios camaradas, especialmente para a apropriação do estilo Marxista de trabalho que consiste em estabelecer a respectiva unidade necessária da teoria e da prática.

Ter esta capacidade tornar-se-á crucial para a luta revolucionária futura. Com a inflação predatória e, ao mesmo tempo, a intensificação interminável da guerra na Ucrânia, as potências imperialistas já começaram a preparar a guerra mundial nuclear, na qual os povos serão empurrados para um massacre.

Só uma frente de resistência activa na qual a classe operária seja a principal força pode travar este desenvolvimento e encaminhá-lo para uma perspectiva revolucionária. Encaminhar todas as forças para tal é da responsabilidade do movimento operário. É nossa tarefa ganhar companheiros de luta para isto.