A Destruição Planeada dos Solos e Aldeias é um Crime Contra a Natureza e a Humanidade. Solidariedade para com as lutas das populações! Não à Mina, Sim à Vida!

05-06-2019

Para os Amigos da ICOR Portugal, deve-se fortalecer e solidarizar a ampla resistência popular contra a destruição dos solos portugueses, perpetrada pelos interesses de lucro de multinacionais. Denunciamos este crime contra a Natureza e a Humanidade.

Os Habitantes de Covas do Barroso/Boticas, na Mariola (Chaves/Valpaços/Mirandela), em Morgade/Montalegre, na Argemela/Covilhã, mobilizaram-se unidos numa luta incessante contra a abertura de minas de lítio a céu aberto, com dimensões desproporcionais, que irão esventrar os montes e irreversivelmente destruir a actividade agrícola de que dependem para o seu sustento.

Não há benefício quando as culturas primárias e a agricultura são substituídas por culturas energéticas.

Este saque à matéria-prima, acirrado pela economia de lucro, tem-se tornado, como denunciámos previamente, numa constante com avanços desproporcionais em todo o interior do país, de Trás-os- Montes ao Alentejo, prevendo-se mais de 40 locais de mineração espalhadas por este Portugal, onde se pede uma frente de unidade combativa capaz de lhe fazer frente, como é em Argemela, em Covas do Barroso ou em Morgade onde o povo boicotou as eleições europeias!

Algumas das prospecções e futuras minas de lítio fazem parte do Património Mundial da Agricultura (Barroso) e da Reserva Mundial da Biosfera (Mirandela), onde se é suposto proteger os bens culturais, sociais, económicos e ambientais das populações, estas populações questionam-se como poderão conviver com a destruição que se avizinha pela exploração prevista de 24/24h, 7 dias por semana e durante 15 a 20 anos.

Multinacionais do Lítio Governo de Mãos Dadas

Estes crimes estão a ser perpetrados pelas multinacionais (Savannah Resources, Fortescue,...), empresas de capital financeiro internacional que têm vindo a infernizar a vida das populações do Interior, tentando elevar estas ofensivas brutais a "Potencial Interesse Nacional" (PIN)! Em Setembro de 2018, o Governo já admitia que o seu objectivo era transformar Portugal no "fornecedor líder do metal para baterias de automóveis elétricos". Para prosseguir este leilão do país, colocou um vídeo, apenas em inglês, a abrir mão de milhares de hectares de território, para a exploração de lítio e outros minerais aos abutres do grande capital monopolista.

Esta destruição tem vindo a ser executada em terrenos particulares e baldios, sendo feito à revelia dos habitantes ou através de campanhas de desinformação por parte da empresa, mas também da Direcção Geral da Energia e Geologia (DGEG) que concedeu o direito às multinacionais para explorarem desenfreadamente cada vez mais hectares, sem sequer informar os donos dos terrenos agrícolas nem os Compartes, os habitantes gestores dos baldios.

Porém, face aos ataques feitos pelas multinacionais, que agora têm vindo a usar a coação agressiva nos habitantes para os forçar a vender as suas terras, os Compartes e o povo (em Boticas e Montalegre), rejeitaram o aumento da área de prospecção ditada pelo governo.

Estes factos demonstram claramente que a economia capitalista de lucro destrói a unidade da Humanidade e da Natureza. Para a restauração dessa unidade, precisamos de um governo da classe trabalhadora e das massas populares embrenhadas no socialismo verdadeiro.

Karl Marx apontava para esta vertente destrutiva do capitalismo: "A produção capitalista, portanto, apenas desenvolve a tecnologia e a combinação de vários processos em um todo social, minando as fontes originais de toda riqueza -solo trabalhador."

A humanidade, graças ao modo imperialista de produção, é dirigida para uma catástrofe ambiental global.

As fundações existenciais da humanidade, em geral, estão a ser postas em causa. O Me i o Ambiente é o combustível do capitalismo e a "Febre do Lítio" é um dos incontáveis exemplos! Medidas imediatas decisivas de resistência maciça activa são  necessárias! Só as populações podem combater este crime, pois tanto as autarquias como o governo trabalham de mãos dadas, como aconteceu em Montalegre. Uma mudança de paradigma no modo de produção com unidade da humanidade natureza como directriz principal, exigem a superação revolucionária do capitalismo/imperialismo com a perspectiva de uma sociedade libertada pelo socialismo verdadeiro.

Não à Mina, Sim à Vida!
Organizar Participar nesta Luta para Salvar Meio Ambiente da economia de  lucro!
Pela Unidade Natureza Humanidade!
Reflorestação dos Espaços Destruídos! Compensação aos Agricultores Residentes aos   Compartes!

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