Cortes salariais e despedimentos - Não! Lutemos por cada posto de trabalho!

15-03-2021

Como UMLP (União Marxista-Leninista Portuguesa), prestamos a nossa absoluta solidariedade para com os trabalhadores da GroundForce e TAP que lutam de forma corajosa e independente para manter empregos e salários!

Sob o disfarce da crise da COVID impuseram roubo de salários em massa, a destruição de milhares de empregos por meio de despedimentos em massa, a destruição da contratação colectiva, da realocação e subcontratação de serviços, os cortes salariais absurdos, a destruição de direitos e condições de trabalho ganhas na luta e a mentira de "haverem trabalhadores em excesso" para então poderem avançar com as "saídas voluntárias". Tudo isto é agora implementado de forma concentrada. Esta abordagem da administração da GroundForce e da TAP são inaceitáveis e requerem luta e unidade com trabalhadores de outras indústrias e empresas - mesmo além-fronteiras!

Estes "pacotes de resgate" são puramente programas de subsídios para alimentar a vontade de compra pelas companhias aéreas internacionais, alimentando a luta pelo domínio do espaço aéreo. O chamado "pacote de resgate/austeridade" transfere o fardo da crise para as costas dos trabalhadores .

Os trabalhadores da TAP e da GroundForce, não estão sozinhos pois com o anúncio da reestruturação corporativa e da destruição de empregos. A GALP e EFACEC também estão na mesma rota anunciando "reestruturações" que não passam de planos para destruir milhares de empregos directos e indirectos.

É por isto que a imprensa e os políticos burgueses farão de tudo para encobrir estas lutas. Em vez disso, há muitos relatórios sobre as tentativas da TAP para persuadir os pilotos a desistirem voluntariamente do seu salário e empregos. Mas isso não é uma solução. Precisamos dos nossos empregos e os nossos filhos precisam de um futuro! Portanto, Luta por cada posto de trabalho!

Em vez de entrar num "processo de moderação" tal como fizeram e fazem os dirigentes sindicais da TAP, a Comissão de Trabalhadores dos Serviços Portugueses de Handling da GroundForce militam no desenvolvimento da força da luta dos trabalhadores. Contra esta intensificação da exploração, já não basta tentar evitar apenas o pior com tácticas defensivas. Não! Temos de responder com uma contraofensiva:

Por uma semana de 30 horas com compensação salarial integral!

Um dia de 6 horas, 5 dias por semana!

Desta forma, o trabalho será distribuído em mais ombros. Esta exigência dos trabalhadores já é generalizada internacionalmente. Em Portugal, pode criar centenas de milhares de empregos. "Custa demasiado!" choram os capitalistas. Mas o dinheiro está lá - está como lucros nos bolsos do Sr.Groundforce-Casimiro, da Pasogal, da TAP, do Estado e dos bancos. É à custa destes lucros que a compensação salarial pela redução das horas de trabalho deve ser aplicada. É evidente que isto só pode ser conseguido através de uma luta ofensiva.

Vocês podem e devem associar-se a todos os trabalhadores em Luta seja em que sector for. As forças combativas lutam para estabelecer uma unidade na luta, para conquistar todos os colegas para a greve. A cooperação em greves sindicais e independentes deve atingir um novo nível e como Comunistas da ICOR temos como objetivo assegurar que, no futuro, nenhuma força de trabalho - independentemente da empresa e do país - seja deixada sozinha na luta contra tais maquinações.

Lutemos juntos contra a transferência do fardo da crise para nossas costas e lutemos por sindicatos combativos - contra a conciliação de classes.

A luta pela manutenção dos postos de trabalho ou criar empregos substitutos equivalentes pode ser bem-sucedida se exercermos pressão política sobre os governos. Enquanto houver operações a fazer, como levar a vacina da COVID à Madeira ou Açores, os funcionários podem atacar com eficácia. Para tal, têm que lidar com o medo de que tal luta leve o grupo à falência porém, nas falências, os planos de destruição de postos de trabalho são geralmente apresentados como inevitáveis ​​porque não há mais vendas pelas quais os salários e ordenados possam ser pagos. O facto de o governo pretender continuar a administrar a TAP e moderar a luta na GroundForce é uma importante moeda nas mãos dos trabalhadores. Aqui, a necessidade de uma política de negociação coletiva ofensiva ressalta a necessidade de sindicatos e comissões de trabalhadores combativos. É fundamental que os trabalhadores dos vários sectores da aviação se unam internacionalmente e coordenem as lutas entre si porque também se trata dos interesses futuros dos trabalhadores de toda a indústria. As lutas bem-sucedidas dos estivadores e a solidariedade internacional dão o exemplo brilhante.

Há trabalhadores que neste momento, levados por ilusões do reformismo, exigem a nacionalização das empresas porém, sabemos que no capitalismo é sempre uma decisão política se as empresas se tornam insolventes ou se são mantidas, à tona, com empréstimos estatais ou privados. Isto é posto a nu com a situação da TAP onde o governo, "para que haja perspectivas futuras para a empresa e seus funcionários.", deixa depois o campo totalmente aberto aos acionistas e à mercê dos monopólios aéreos internacionais. Estes governos burgueses atuam como "prestadores de serviços" para os monopólios. Por um lado, através dos seus milhões em subsídios e empréstimos, mas também por meio da promoção e salvaguarda dos interesses comerciais dos monopólios e até o seu envolvimento em crimes de monopólio estatal, como no caso das minas de Lítio ou das barragens da EDP.Enquanto o Estado for burguês, as nacionalizações são uma ilusão para os trabalhadores! A nacionalização de uma empresa pelo Estado burguês não muda o caracter capitalista da mesma.

Friedrich Engels, pioneiro proletário e comunista, diz: "O Estado moderno, qualquer que seja a sua forma, é uma máquina essencialmente capitalista, Estado dos capitalistas, o capitalista total ideal. Quanto mais forças produtivas tomar na sua posse, mais cidadãos do Estado explora. Os trabalhadores continuam a ser trabalhadores assalariados, proletários". (Anti-Dühring)

Juntos na luta militante por todos os postos de trabalho às custas dos lucros das empresas!

Contra a transferência do fardo da crise param as nossas costas.

É por isso que os funcionários da GroundForce e da TAP devem usar as suas experiências positivas de combate e partir para a ofensiva. Isto tanto se aplica aos pilotos quanto aos comissários de bordo, assistência em terra e todos os trabalhadores do sector da aviação.

No capitalismo, as falências e crises económicas são o prato do dia pois, o único critério que continuará a contar no futuro é o do lucro máximo. A realidade é que nas grandes corporações as perdas são socializadas, mas os lucros permanecem privados, tal como nos 45 milhões de lucro dos últimos anos da GroundForce, daí que o estado burguês funciona apenas como facilitador para os monopólios internacionais.

Para nos livramos das crises capitalistas e das suas consequências de uma vez por todas, devemos lutar pela revolução internacional socialista. Em Portugal não há um tal partido revolucionário. Portanto, junte-se à construção da União Marxista-Leninista Portuguesa (UMLP)!

Vocês podem lutar mesmo em tempos de crise!

Pelo pagamento dos salários integrais!

Lutemos por cada posto de trabalho! Não aceitaremos um único despedimento!

Pela semana de 30 horas com salário integral!

13 de Março de 2021