Atacar o vírus, não os trabalhadores! Exigimos a suspensão da produção em vez da supressão dos direitos!

06-04-2020

Para Capital, pandemia viral Corona torna-se num cenário que justifica a transferência dfardo da crise económica financeira global para as massas.

Exigimos suspensão da produção em vez da supressão dos direitos!

Atacar vírus, não os trabalhadores!

Como AmigosICOR, solidarizamo-nos com os funcionários do sector da saúde de todos os serviços essenciais que trabalham até ao limite.

Com pandemia insegurança medo do futuro crescem, mas também espírito  da luta solidariedade.

Quando começaram os casos em Wuhan, quando chegaram a Itália ou à Espanha, o governo nada fez para reforçar o nosso debilitado SNS (Sistema Nacional de Saúde), que há já 30 anos se encontra debaixo de fogo pelos sucessivos governos burgueses.

Quando o vírus chegou a Portugal, que cresce ainda exponencialmente, houve uma imediata falta de capacidade do SNS onde o conceito de "testar, testar, testar" não se aplica, onde falta desde camas, equipamento individual de protecção ou ventiladores bem como um insuficiente número de médicos e enfermeiros.

Carácter de classe anti trabalhador do estado de emergência

Quando o Governo nos disse que só tomaria as medidas "necessárias, adequadas e proporcionais" ou que a "Democracia não está suspensa"- como António Costa debitou - decretaram o estado de emergência que é um vergonhoso aproveitamento dos riscos à saúde para impor uma redução maciça dos direitos e liberdades democráticas. Porém, sobre os abusos com os lay-off forçados, como os 9000 trabalhadores da TAP, as férias alteradas ou forçadas, os cortes das remunerações devidas, a não renovação dos contratos a termo ou a intolerante situação de despedimentos massiva, essencialmente nas empresas de trabalho temporário, a expressão é vaga e de impunidade abusiva "legal".

Com estado de emergência, os monopólios portugueses criaram instrumentos para uma mudança "legal" dos seus métodos de governação, esfolheando da página principal da democracia para a da ditadura. Até agora, têm vindo a fomentar a fascização do aparato estatal com a vil aprovação do Estado de emergência. Vil pois o Estado possui de outros mecanismos para fazer face a este tipo de calamidades, como Lei de Bases da Protecção Civil, que faz tudo o que é necessário, excepto a suspensão dos direitos, liberdades e garantias como o direito à resistência, para as massas, ou o direito à greve, para os trabalhadores.

Os monopólios querem passar as consequências da actual crise económica e financeira global para as massas sob o pretexto da crise do Corona. Decretar o estado de emergência, nada tem a ver com o combate ao Corona mas sim com uma tentativa de limitar a agudização da luta de classes.

Governo quer sobrecarregar as massas com crise

Estas medidas demonstram uma tendência para a reação aberta, internamente e externamente. As políticas antipopulares são agora justificadas por todos os lados, pelo governo e pelos políticos burgueses, com a falsa desculpa da suposta crise do Corona. Somente a lei do lucro se aplica aqui, para que empresas e bancos não fiquem para trás na crise económica e financeira global que começou em meados de 2018. O princípio da igualdade é violado pois dezenas de milhares de trabalhadores, especialmente no setor industrial, continuam a laborar com proteção inadequada à saúde, mantendo assim as cadeias de infecção activas.

Porque é que não podemos fazer reuniões ou sair à rua respeitando as regras de segurança mas, centenas precisam de estar trabalhar praticamente "de mãos dadas" nas fábricas?

Desde o início do estado de emergência que há escritórios de empresas e oficinas de produção onde os funcionários foram convidados a trabalhar em casa, sempre que possível. Isto não é possível para a grande maioria dos trabalhadores do sector industrial, pois as máquinas são certamente difíceis de transportar para casa.

Foi somente pelo protesto democrático dos trabalhadores que se interrompeu temporariamente a produção em várias empresas, como sucedeu na Autoeuropa, que avançaram com a greve antes da imposição do estado de emergência e a suspensão do direito à mesma.

É necessário interromper imediatamente trabalho em grandes empresas industriais -Manutenção do trabalho necessário para assegurar infraestrutura social abastecer população.

Aproveitamento pandémico para medidas de emergência de tendência fascista

António Costa declamava que tínhamos de "sacrificaroquetiverdesersacrificadoparapreservarasaúdepública"- mas não os monopólios, claro. Exigimos que o capital monopolista continue pagar salários completos e suportem os custos do trabalho de curta duração. O dinheiro já lá está - basta ver os lucros por eles apresentados.

O que não aceitamos certamente é um programa de emergência que nada tem a ver com cuidados de saúde.

Os governantes tentam apresentar-se como gestores de crises, adequados para combater a crise de confiança entre as massas, mas também porque temem que as presentes crises políticas piorem a ponto de se tornarem num fermento revolucionário. Alegadamente agora, todos têm os mesmos interesses. António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa até elogiaram "todos os partidos" no parlamento, incluindo o fascista do Chega, que se unem para o "Governo de Salvação Nacional".

A criminalização, marginalização e opressão das massas com estas medidas de emergência, como a suspensão do direito à resistência que ofende os direitos, liberdades e garantias individuais ou a proibição de assembleias, fazem parte do repertório dos países imperialistas em todo o mundo porém, Portugal foi o único a suprimir o direito à greve, abandonando os trabalhadores à sua sorte. Tudo isso visa suprimir protestos, lutas e greves e impedir ideias revolucionárias nas massas. Esta é a contrapartida dos programas de modelo Troika com a qual o capital financeiro internacional se quer salvar da crise.

Crise do Corona: chegou a hora das críticas ao capitalismo e do debate sobre o socialismo verdadeiro!

Governo e representantes de empresas fingem que é o Corona a causar a crise económica e financeira que se desenvolve, porém esta já cá está há muito tempo - iniciada na Alemanha em agosto de 2018 e trespassada para a UE e Japão nos meses seguintes. Em 2019 todos países imperialistas do mundo caíram na crise. Todos os meios devem ser usados para distrair real causa da crise económica financeira global sistema social capitalista.

Esse capitalismo também é responsável por toda a lógica de desmantelamento do SNS, da falta de ventiladores, de quartos e equipamento de protecção individual, bem como de enfermeiros e médicos que têm defrontado esta pandemia de forma tão altruísta.

Com a crise económica e financeira global e o trespassar dos encargos associados à crise, aumentam o potencial de uma crise mundial revolucionária, é de extrema importância o fortalecimento de partidos revolucionários marxistas-leninistas e da sua cooperação internacional.

A competição imperialista impede medidas de crise coordenadas, rápidas e eficazes em todo o mundo. Portanto, o tempo da pandemia do Corona também é o tempo do debate sobre alternativas sociais: é chegado o momento do socialismo verdadeiro - da economia socialista planeada.

classe operária deve manter desenvolver sua independência de   classe!
Exigimos suspensão da produção em vez da supressão dos direitos!
Medidas de proteção à saúde Sim!
Medidas de emergência com redução de direitos liberdades civis democráticas ou transferência do fardo da crise para as massas pelo   subterfúgio do coronavírus Não!
Em vez do caos da crise capitalista viremos página para socialismo verdadeiro!