Aos trabalhadores da Autoeuropa - Respeite-se a vontade dos trabalhadores! Os acordos que eliminam direitos e escravizam o trabalho foram rejeitados.

22-01-2018

Os amigos da ICOR em Portugal voltamos a manifestar todo o nosso apoio e solidariedade a luta dos trabalhadores contra os planos da Multinacional Volkswagen que pretende eliminar todos os direitos e escravizar o trabalho.

A intenção de impor os novos horários só pode ter uma resposta dos trabalhadores, o caminho da luta e o recurso à greve para salvaguardar e defender o descanso semanal e o pagamento que a lei consagra como trabalho extraordinário e direitos fundamentais que nenhuma entidade patronal ou governo pode por em causa, o direito à família , ao lazer e cidadania.

Os trabalhadores sabem as implicações que vão ter nas suas vidas e das suas famílias, a implantação do trabalho ao fim de semana com o modelo da laboração contínua e rotatividade. Nós denunciamos que o aumento da carga horária e mais responsabilidades para cima das costas dos trabalhadores, criou graves problemas, no grupo Peugeot/Citroen de Vigo na Galiza. Com o aumento brutal de baixas médicas motivadas por cansaço físico, fadiga, stress e grande parte com problemas psíquicos e psicológicos resultado da desestabilização e desorganização familiar.

Os trabalhadores da Autoeuropa sempre tiveram a razão do seu lado. Quando rejeitaram o primeiro acordo em Julho que fez cair a CT e tiveram ainda mais razão quando rejeitaram o segundo acordo em Novembro, que era mais gravoso, com a laboração contínua. Ficou mais uma vez demonstrada a firmeza dos trabalhadores na defesa dos seus direitos.

E porque não se demitiram os membros da CT? E o que dizer do sindicato que prometeu aos trabalhadores organizar a luta contra os novos horários e contra os planos da Multinacional e acabou por suspender a greve deixando os trabalhadores desarmados?

Esquecem-se que as decisões para a luta está nas mãos dos trabalhadores, basta exigirem a marcação de plenários e neles propor as formas de luta, tal como os trabalhadores têm o direito de fazer cumprir os regulamentos da CT e do sindicato, que é aplicar e defender as decisões aprovadas nos plenários. É verdade que o comportamento da CT e sindicatos geram desconfiança no seio dos trabalhadores, mas a solução de criar novos sindicatos aconteceu em alguns países e quase nunca resolveu o problema, na maioria das vezes dividiu os trabalhadores e enfraqueceu a luta.

 Nesta fase os trabalhadores da Autoeuropa têm tudo a ganhar mantendo-se unidos, e com a mesma combatividade.

Também sabem que a sua luta tem o apoio e solidariedade de todas as fábricas do grupo Volkswagen espalhada pelo mundo e também da Conferência Internacional dos Trabalhadores do Sector Automóvel. A internacionalização das lutas veio dar outra força e combatividade como vimos em Bratislava na Eslováquia. Este é o caminho para a unidade mundial de toda a classe, em que cada luta é para vencer, contra novos horários, o excesso de horas, a miserável exploração da precariedade e o trabalho temporário, o trabalho ao fim-de-semana, a discriminação salarial. Pelo aumento geral de salários e defesa da semana de 35 horas.

Tudo o que se passou na Autoeuropa tornou claro de que lado estão e a quem protegem as instituições do regime, o chamado Estado de Direito, a Constituição, o Parlamento e quem mora lá dentro, e Presidente da República, todos apelaram à paz social. Quando do que falamos tem nome, chama-se escravização do trabalho, e todos deram voz a chantagem da Volkswagen a coberto do modelo T-Roc.

Quanto ao governo não há muito para dizer. Os trabalhadores sabem das benesses e perdões fiscais dados aos patrões e tudo o que é monopólios e grupos económicos, há dias foram perdoados à Brisa 125 milhões e ninguém esquece os 40 milhões/ano que todos pagamos aos patrões pela baixa da TSU acordada na chamada Concertação Social.

Quanto à onda reformista conciliadora que tomou conta do país que gerou um milagre pois estivemos dois anos sem greves e manifestações, só acabou com a revolta na Autoeuropa e Enfermeiros. 

Como diz o ditado popular tarde ou cedo a resistência e revolta dos explorados acontece. 

Mas neste momento há uma reflexão que os trabalhadores têm que fazer com vista ao seu futuro, este reformismo instalado nos órgãos representativos dos trabalhadores tem de ser alterado da forma que atrás foi dito. Quem está nesses órgãos tem que cumprir e defender as decisões do plenário, se não está capaz tem que demitir-se ou ser demitido.

Uma coisa é certa: a luta revolucionária contra exploração e pelo derrube do sistema capitalista vai-se intensificar. Hoje há uma linha proletária dos vários partidos revolucionários que integram a ICOR em diversos países, os quais nós apoiamos, e é nosso propósito como revolucionários seguir a directiva de Lenin criando o partido que levará o Povo Português á revolução e á vitória final pela construção do verdadeiro socialismo. 

Tarefa para qual apelamos a adesão dos trabalhadores da Autoeuropa.

Viva a luta dos trabalhadores da Autoeuropa contra os novos horários e a laboração contínua!
Descanso semanal ao fim de semana é um direito universal!
Fim do trabalho precário e temporário!
Pela semana das 35 horas!
Viva a internacionalização das lutas e a solidariedade entre os trabalhadores da Volkswagen!