Acção Dezembro - Aldeias de Chaves - A Resistência e a Rebelião são uma Obrigação contra a Febre a Mineração!

15-12-2023

Nas primeiras semanas de Dezembro, os Camaradas da UMLP voltaram à carga, marcando presença nas "Sessões de Esclarecimento" da multinacional Fortescue em Oucidres, Bobadela, Sto. Estevão, Nogueira da Montanha, Vidago e Vilas Boas.

As "Sessões" promovem o projecto de exploração mineira da multinacional australiana por todo o Concelho de Chaves. Fazem-no de freguesia em freguesia, sem que haja comunicação entre as mesmas e mesmo entre aldeias da mesma freguesia. Esta táctica de "dividir para conquistar" permite-lhes "vender o mesmo peixe" de terra em terra e apanhar as populações em menor número, desprevenidas e desorientadas perante argumentos técnicos de "trabalho de pesquisa e prospecção" de Lítio e outros minérios.

Antes de cada "sessão", os Camaradas colocavam cartazes com palavras de ordem como "Resistência e Rebelião contra as Multinacionais da Mineração!", "Salvar o Meio Ambiente da Economia do Lucro!" ou "A destruição Planeada dos Montes e Aldeias é um Crime contra a Natureza e a Humanidade" nas entradas dos espaços cedidos à "sessão" da multinacional.

Conforme a população se vai reunindo, os Camaradas distribuíam os comunicados da UMLP ""A Resistência e a Rebelião são uma obrigação contra a febre da mineração! Formas Radicais de Resistência contra Fortescue e a sua mina da "Mariola" são Justificadas! A Defesa das Aldeias e dos Montes é um acto de Autodefesa!" onde apelavam para que "lutem de forma combativa contra a abertura das minas a céu aberto, para que as pessoas e a natureza não se tornem vítimas destes monopólios da mineração." pois sabemos que "Não serão os autarcas, deputados ou "falsos profetas" a travar esta luta mas as populações numa unidade combativa! A resistência e a rebelião são justificadas!" e por isso mesmo pedíamos a que "Nas próximas eleições legislativas de 10 de Março de 2024 fechemos as urnas e façamos boicote a esta farsa e a estes Governos que em nada nos servem!".

Os Comunicados eram sempre bem aceites por todos os que apareciam e eram depois aproveitados para pequenos debates entre a população e os Camaradas. Estes argumentos davam força às vontades das populações para reagirem, já na "sessão de esclarecimento", às palavras da multinacional minéria. 

Nalguns destes debates, os Camaradas perguntaram às populações como é que uma empresa os podia colocar 5 anos à espera dos resultados de uma prospecção - da qual não forma consultados - para saberem se têm o mineral que procuram, nas quantidades em que procuram para lucrar, para finalmente lhes dizerem se vão abrir a mina ou não, se os seus terrenos desaparecem ou não. 

Respondiam-nos que "A Câmara diz que Não, a Junta diz que Não, o Povo diz que Não e eles não nos deixam em Paz, parece que mandam mais que o Governo" e "Não podemos, nem vamos aceitar ter a vida parada para que estas empresas, que nos fazem sentir como intrusos nas nossas terras, estejam cá 5 anos a fazer pesquisas e a fazer-nos esperar 5 anos para sabermos se avançam com a mina ou não. E nós? Ficamos assim parados à espera deles? Nós não esperamos e a Agricultura também não!"

A vontade de lutar pela defesa das suas aldeias e a suas forma de vida é muita e muito forte, a unidade das populações neste assunto e na rejeição do projecto mineiro é praticamente unânime. As populações têm vindo a ser alertadas de que os trabalhos de "pesquisa e prospecção" irão começar, quer o povo queira quer não, em Janeiro. Perante isto, estão a começar a organizar-se e já há notícias de que algumas das mesmas se começam a unir-se em brigadas de patrulha dos montes para interceptar e acompanhar estas "equipas de pesquisa e prospeção" lançadas pela Multinacional, à revelia das populações. 

Claro que também havia pessoas com receios de que a luta não possa travar os avanços da Multinacional e "o seu buraco"  e diziam-nos que "Se a mina abrir, a agricultura vai deixar de existir e espero que vocês venham mais outras vezes, com essa força, defender os nossos homens e os nosso filhos que vão ter que ser mineiros". Se é certo que esta ligação à população nunca mais se estancará também é certo que, enquanto Marxistas-Leninistas, defenderemos sempre os interesses da nossa Classe e estaremos sempre na linha da frente, ombro a ombro com as populações e os trabalhadores na luta pelo seu direito à vida, pelos seus postos de trabalho e na defesa da Natureza.

A destruição da Natureza pelas mãos dos monopólios e as suas multinacionais pode e deve ser interrompida e revertida com uma luta que mude a sociedade. A defesa da "Mãe Natureza" e a luta pelas nossas aldeias alavanca a motivação para liderarmos a luta pela superação revolucionária do imperialismo. Para restaurarmos e desenvolvermos a Unidade da Natureza e Humanidade, cerremos fileiras entre trabalhadores, sindicatos combativos e a juventude ecologista, promovamos a tendência de combate à economia do lucro e aumentemos a organização ancorada na perspectiva socialista.

Medidas Decisivas e Imediatas de Resistência Maciça e Activa São Necessárias e Justificadas! Por uma Frente de Unidade Combativa!

Pela Protecção do Ambiente - Contra a economia do lucro!

Pela Unidade - Natureza e Humanidade!

Não às Mina, Sim à vida!